A edição desta semana atrasou, mas chegou! E chegou cheia de reflexões sobre ESG e games, responsabilidade social, acessibilidade e causas importantes para a comunidade gamer. No universo dos jogos eletrônicos, quem atua pelas causas transformadoras para um mundo melhor é rei! Aperta start e vem comigo conferir!
ESG + Games, uma equação que tem tudo pra ser GG!
Vamos falar hoje sobre três letrinhas que têm ganhado um peso cada vez maior no mercado: ESG. Em inglês, a sigla significa environmental, social and governance - que podemos traduzir para ambiental, social e governança - e costuma ser usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa.
As práticas ligadas a ESG têm ganhado destaque porque as companhias estão percebendo que não precisam abrir mão da sustentabilidade para ter bons resultados financeiros. Pelo contrário: negócios que se comprometem com as melhores práticas de gestão acabam obtendo melhores resultados ao longo do tempo, inclusive financeiros. Depois da pandemia, então, ESG virou a sigla do momento.
Claro que tudo isso se aplica, também, ao mundo dos games. Existem muitas discussões, atualmente, sobre como a indústria dos games impacta nas mudanças climáticas, seja pelo acúmulo de lixo eletrônico ou pelo aumento de emissão de carbono.
Ainda é difícil estimar o consumo de energia dos equipamentos gamers, pois ele varia de acordo com a frequência de jogo, plataforma utilizada e o quanto os dispositivos gastam de energia.
A ascensão rápida do cloud-gaming - jogos transmitidos via nuvem -, por exemplo, tem preocupado bastante especialistas quando o assunto é o consumo de energia.
O que acontece é que, para a transmissão de um jogo via nuvem, a energia gasta em nossas casas também passará por grandes data-centers, que são repletos de servidores muito mais poderosos do que os consoles que existem em nossas salas. Essa potência necessária para alimentar os servidores e a transmissão do conteúdo para nossas telas pode aumentar muito o gasto energético e, consequentemente, a emissão de carbono no mundo.
Quando se trata de lixo, então, o assunto também é sério. Estima-se que os consoles de videogame foram responsáveis por 4,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico no mundo em 2019, de acordo com o Monitor Global de Lixo Eletrônico da ONU.
É por essas e outras, que as marcas que quiserem apostar neste segmento precisam investir pesado nas práticas de ESG.
A notícia boa é que o universo dos games e dos esports é um ambiente perfeito para tratar dessas questões. Estamos falando de uma geração de jovens com grande potencial para mudar o mundo e que podem usar suas vozes porque são altamente engajados.
É claro que pensamos muito sobre a questão ambiental quando falamos em ESG, mas a verdade é que temos diversas outras pautas envolvidas nesse tema, e a comunidade gamer já é engajada em várias delas. Podemos citar aqui: questões de direitos trabalhistas (oi, Blizzard, chega aqui rapidinho!), segurança de dados, gerenciamento de talentos, segurança de produtos, entre outros diversos tópicos que tratam de uma sustentabilidade não apenas ambiental, mas social.
Em um cenário em que a comunidade gamer já se preocupa com esses temas, as empresas têm uma oportunidade de ouro nas mãos, pois podem usar esse engajamento como um veículo para promover ações sustentáveis que, futuramente, trarão um alto retorno financeiro.
Isso vale para todo o ecossistema gamer: desde desenvolvedoras de jogos, passando por produtoras de equipamentos, equipes de esports, influenciadores, até chegar às marcas não endêmicas, que investem no segmento.
Para mostrar como o público gamer já é engajado com os tópicos relacionados à ESG, resgatei dois cases de marca muito legais que podem servir de inspiração para que as empresas comecem a encarar essas práticas mais seriamente.
No final de 2020, a Hellmann’s UK lançou a sua própria ilha no Animal Crossing: New Horizon, um dos grandes sucessos da Nintendo. A ideia foi simples: inspirar os jogadores a aproveitarem ao máximo as sobras de comida do Natal para ajudar os necessitados.
Na ação, os jogadores puderam explorar a nova ilha da Hellmann’s para transformar os restos de comida virtual em refeições nutritivas e reais para as pessoas aqui fora. Para cado nabo estragado que os jogadores levavam à ilha, a Hellmann’s fazia uma doação para financiar o equivalente a duas refeições distribuídas pela FareShare, a maior instituição de combate à fome e ao desperdício de alimentos do Reino Unido.
Com a campanha, a Hellmann’s quis inspirar pessoas ao redor de todo o mundo a serem mais criativas na cozinha e a desperdiçar menos os alimentos, dizendo “sim” ao sabor e “não” ao desperdício. Para a marca, a mensagem principal foi mostrar que o desperdício é socialmente inaceitável.
Outra instituição que percebeu o potencial do universo gamer, desta vez para tratar de um tema ambiental, foi o Greenpeace. No meio de 2020, a organização fez uma parceria com a Gamers Club para lançar a campanha “Streamers em Extinção”. O objetivo foi chamar a atenção para a perda de diversidade na Amazônia, por conta do desmatamento.
Para chamar a atenção da comunidade gamer para a temática, o Greenpace reuniu um time de influenciadores gigantes, entre eles Gaules, Nobru, FalleN, The Darkness e Takeshi. Os streamers falaram sobre a preservação da Amazônia, em live, de um jeito nada convencional: suas imagens foram trocadas pelos avatares de animais ameaçados pela destruição da floresta, o que deu o que falar entre a espectadores.
Vale lembrar que é comum, durante as lives, que os fãs realizem doações a seus influenciadores preferidos. Dessa vez, o público também pode ajudar na causa pela proteção da floresta, fazendo doações durante as streams. No final da ação, o total arrecado foi destinado ao Greenpeace para projetos de pesquisa da biodiversidade e campanhas para proteger a Amazônia.
Esses dois exemplos são apenas uma pequena amostra do comportamento da comunidade gamer e de como existe espaço dentro deste mundo, para tratar as pautas ligadas à ESG. Afinal, estamos falando de um público que preza pelas causas e se envolve de corpo e alma com elas.
Só não vê quem não quer. A chance é de ouro para todas as marcas que investem no segmento e querem atuar de forma genuína em sua governança.
🎉 Música e Games continuam dando o que falar! E na folia não será diferente: dessa vez, a cantora Pabllo Vittar promete agitar o The Sims 4. É que o jogo vai ganhar uma coleção de roupas de carnaval assinada pela artista. O Kit Moda Bloco de Carnaval vai chegar ao game da EA no dia 3 de fevereiro e vai ajudar os gamers a matarem um pouco a saudade da folia. No mundo dos games, a festa não precisa parar por causa da pandemia!
⚽ Ih! O influenciador Casimiro Miguel meteu uma live em parceria com a Netflix e bateu mais um recorde na Twitch nesta semana. O streamer - que foi eleito Personalidade do Ano do Prêmio eSports Brasil em 2021 - simplesmente reuniu mais de 500 mil espectadores na última segunda-feira (24) em sua Twitch, ao assistir e reagir ao primeiro episódio da série “Neymar - O Caos Perfeito” da Netflix. Casimiro é que é um exemplo perfeito de influenciador que conseguiu extrapolar a bolha gamer da plataforma e reunir uma comunidade gigantesca. Nesta terça-feira (25), o streamer também apareceu no BBB, reagindo a cenas do programa. É um fenômeno!
🤘🏽 Acessibilidade é um tema cada vez mais presente nas discussões da comunidade gamer. Quem quiser investir no segmento precisa estar atento. A Riot percebeu isso e incluiu a tradução em Libras nas transmissões do CBLOL deste ano. Agora, o Campeonato Brasileiro de League of Legends conta com uma equipe de interpretação da Língua Brasileira de Sinais especializada em esportes eletrônicos nos prés e pós jogos. É uma grande vitória para a comunidade! GG!
🏀 A NBA Brasil decidiu aproveitar a bola quicando dos games online e lançar um jogo para divertir os fãs brasileiros de basquete. O objetivo da Trivia NBA é testar os conhecimentos dos fãs com perguntas de diferentes níveis de dificuldade e respostas de múltipla escolha. O mais legal da ação é que os jogadores vão acumulando pontos conforme acertam mais rapidamente às perguntas e, aqueles que mais pontuam, recebem brindes exclusivos da NBA. O mundo dos esportes tradicionais está cada vez mais conectado com o mundo dos jogos online, né? Bonito de ver!
👾 Na semana passada, a Assopra a Fita falou sobre o BBB e as apostas da Rede Globo no segmento gamer. É só clicar aqui para conferir!
Para terminar a edição de hoje ainda na temática da governança e responsabilidade social, vamos conferir um case incrível sobre saúde mental.
A organização sueca sem fins lucrativos Unga Lucas - que oferece, de forma online, suporte mental e existencial para jovens - teve uma sacada muito interessante sobre seu público. A instituição percebeu que nem sempre é possível estar no lugar certo e na hora certa para os jovens que mais precisam… ainda mais em um cenário em que homens jovens são os mais vulneráveis e grupo de risco quando se trata de suicídio.
É por isso que a Unga Lucas decidiu entrar no cotidiano desses jovens - muitos deles gamers - através do jogo World of Warcraft. A instituição passou a oferecer conversas para apoiá-los na forma de… Orcs! Incrível, né?
A iniciativa fez com as criaturas se “infiltrassem” nas redes sociais para oferecer apoio psicológico a gamers. A ideia era justamente estar presente no dia a dia desses jogadores, se conectando com eles através dos personagens que fazem parte de sua rotina gamer. O gerente de operação da Unga Lucas, Åsa Maj Jonzon, falou sobre a iniciativa.
“Os jovens precisam falar sobre suas vidas com alguém que realmente os escute. Nós precisamos encontrar esses jovens nos lugares onde eles estão e facilitar o processo para que eles recebam suporte emocional quando não estão se sentindo bem. Através de bate-papos, percebemos que o anonimato é um elemento que faz com eles tomem coragem para se abrir”.
A Unga Lucas sabia que era muito difícil descobrir quando um jovem estava passando por problemas de saúde mental, principalmente porque os adultos não conseguiam entender o que acontecia na vida online desses gamers.
O interessante dessas campanha, é que ela passa pelo entendimento de que os jovens têm uma conexão emocional com a vida que levam online. Os jogos têm essa capacidade de conectar pessoas e esse insight foi fundamental para que a ação se tornasse efetiva.
“Os games podem ser um lugar de refúgio quando você está passando por alguma angústia mental, ou está se sentindo sozinho e, por isso mesmo, é muito importante mostrar para esses gamers que nós estamos presentes nesse lugar se eles quiserem conversar com alguém. Nosso objetivo foi mostrar que é possível transformar todos os sentimentos difíceis em palavras, e abrir uma porta para que eles procurassem um apoio mais aprofundado posteriormente. Só o fato deles sentirem que alguém realmente está ouvindo já contribui para aumentar a esperança desses jovens sobre suas habilidades e o que vai acontecer no futuro”, comentou Åsa Maj Jonzon.
Para garantir que esse papo fosse efetivo, a Unga Lukas também pensou no treinamento desses Orcs. Por trás de cada personagem estavam voluntários treinados para oferecer suporte emocional aos jovens que os procurassem. E o mais legal é que esses voluntários também eram gamers e entendiam a importância desse universo.
É uma ação inspiradora, que traz uma marca trabalhando de forma muito natural uma questão de responsabilidade social. E mostra, mais uma vez, a força que a comunidade gamer tem. Vale demais a clipada, né?