As marcas de luxo têm investido com tudo nos games. Gucci no Roblox, Louis Vuitton no League of Legends, Balenciaga no Fortnite e até Moschino no The Sims. A movimentação é forte e tende a crescer. Tem muita gente por aí querendo jogar o jogo e investindo fortunas nisso. Chiquérrimo, né? Vem conferir!
Ser gamer virou chique? Ou é chique ser gamer?
O que as marcas de luxo e os games têm em comum? À primeira vista, pode parecer que nada. Mas a verdade é que têm tudo a ver. Estamos falando de dois mercados que movimentam fortunas e que, por isso mesmo, têm um potencial muito grande de se conectar.
Mas vamos começar pelo início.
Nos últimos anos, as marcas começaram a olhar pra o público gamer com outros olhos. Ficou para trás o estereótipo de que o gamer é aquele adolescente anti-social que fica preso o dia inteiro no quarto tomando refrigerante e comendo salgadinhos.
Já estamos cansados de saber que o público gamer é diverso e gigantesco. Aqui no Brasil, por exemplo, 72% da população joga algum tipo de jogo digital, de acordo com a Pesquisa Game Brasil. Estamos falando de mais da metade da população. É claro que esses números expressivos fazem com que as marcas voltem seus olhares ao público gamer. No mercado de luxo, não é diferente.
A Gucci, por exemplo, chamou muito a atenção por ter investido em uma ação no Roblox. A marca criou o “Gucci Garden”, um espaço dentro do jogo que foi inspirado no jardim original que a marca possui em Firenze, na Itália. A experiência in-gaming permitia que os jogadores comprassem itens digitais exclusivos como óculos, roupas e sapatos. Para se ter uma ideia da magnitude dessa ação, uma das bolsas mais populares da marca teve sua versão digital vendida por $4.115, o que equivale a 350.000 robux (que é a moedinha do jogo). O valor é bem maior que os $3.400 cobrados pela marca por uma bolsa real.
Mas essa conexão entre marcas luxuosas e games não começou agora. Em 2019, a Louis Vuitton se uniu à Riot para fazer o design da caixa que ia carregar o troféu do campeonato mundial de League of Legends daquele ano. Além desse item “real”, os designers criativos da marca também criaram uma linha de itens digitais para serem comprados no jogo. Neste ano, a marca lançou o seu primeiro game mobile, que narra a história da marca.
Em 2020, a Balenciaga lançou o “Afterworld: The Age of Tomorrow”, um jogo desenvolvido em parceria com a Unreal Engine, da Epic Games. O jogo - acessível a diversos devices - teve o objetivo de apresentar a nova coleção de inverno, enquanto levava os jogadores para um futuro onde os personagens vestiam roupas da marca.
Os exemplos dessa ligação entre games e as gigantes do luxo são inúmeros. A Moschino, por exemplo, fez uma parceria com o The Sims para vestir os avatares com as roupas da marca. A Lamborghini levou o Essenza SCV12 - seu hipercarro com produção limitada de 40 unidades - para o Asphalt 9: Legends, jogo da franquia Alspahlt Racing, para que os jogadores pudessem viver a experiência de dirigir essa máquina nas estradas mais famosas do mundo. A Burberry fez o design de skins para personagens de uma dos jogos mais populares da China, o Honor of Kings. Enquanto isso, a Ralph Lauren anunciou o patrocínio ao G2 Esports, considerada uma das maiores organizações de esports da Europa.
E é claro que não poderíamos deixar de citar uma das ações que mais deu o que falar nos últimos dias e que prova o quanto os games e a moda estão integrados. Em uma iniciativa inédita, os gamers puderam ver as skins do Free Fire representadas nas passarelas do São Paulo Fashion Week, graças a uma parceria entre a organização do evento, o banco Santander e a Garena. Ninguém menos que a modelo internacional Isabeli Fontana abriu o desfile. Chique demais, né?
É coisa para caramba. São ações de investimento altíssimo e que têm muito potencial de gerar buzz na comunidade gamer. E, é claro, temos alguns indícios do porquê desse mercado luxuoso estar investindo tão pesado no segmento.
Primeiramente, a quebra de estereótipos. Temos gamers de todos os tipos, com todos os tipos de hábitos de consumo.
Outro ponto fundamental é a questão da idade. Acontece que os jogadores estão envelhecendo: pessoas que jogavam quando crianças viraram adultos que continuam jogando. Quanto mais velhos, mais maduros economicamente são esses jogadores.
E, ao mesmo tempo, temos a geração Z que está intensamente ligada a esse universo, influenciando comportamentos de consumo a todo instante. Isso significa que as marcas têm acesso a esses dois tipos de públicos quando investem no cenário gamer.
Além disso, esse tipo de ação também cria uma "democratização virtual da moda". Quando esse mundo entra nos jogos, os itens digitais oferecidos raramente têm custos tão altos quanto um item físico. Isso dá aos usuários a possibilidade de experienciarem marcas às quais muito provavelmente não teriam acesso. E, é claro, isso gera uma conexão afetiva com a marca - o que, por si só, faz desses jogadores potenciais consumidores.
Então mesmo que pareça estranho unir games e luxo, é fundamental ficar atento a essa movimentação e entender de que formas isso tudo vai movimentar a cena dos games e dos esports no futuro.
🍕 A Pizza Hut está com tudo no mundo dos games. A empresa lançou um jogo para animar o reencontro de amigos e familiares no final do ano. Agora, ao receber a pizza em casa, basta ler o QR Code na embalagem para jogar o Pizza Pursuit, um quiz divertido que envolve diversos temas como esporte, lazer, artes e história. Bateu a fome?
🎬 Round 6 continua dando o que falar. Na semana passada, o YouTuber MrBeast recriou o jogo na vida real. Rapidamente, o vídeo acumulou milhões de visualizações. Mas o mais interessante é que a ação foi feita em colaboração com a Supercell para promover o game mobile Brawl Stars. Vale a pena conferir!
⚽ E o mundo dos esportes tradicionais e dos esports continua cada vez mais conectado. Dessa vez, foi Ronaldo Fenômeno quem criou um canal na Twitch. O ex-jogador vai fazer lives e promover campeonatos de esports na plataforma da Amazon. Quem me contou essa novidade foi um leitor da news. Obrigada pela dica!
👾 Na semana passada tivemos duas edições do Assopra a Fita. A primeira foi sobre a Nike e a Vans no mercado de games. A segunda foi uma edição especial para falar sobre o Dia Internacional do Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, com entrevista exclusiva com Amanda AMD. Confiram :)
Para terminar a news de hoje, vamos voltar um pouquinhos às marcas de luxo e falar novamente sobre a Balenciaga.
Em setembro deste ano, ela se tornou a primeira marca fashion de luxo a entrar no Fortnite. Na ação, os jogadores puderam comprar digitalmente roupas inspiradas em modelos reais da Balenciaga.
Aqui, na vida real, os outfits criados em parceria com o game também ficaram disponíveis para sempre comprados no site da Balenciaga. Para divulgar a ação, foram criados painéis enormes com os personagens em 3D em cidades como Londres, Nova York e Tokyo. O mesmo painel também foi replicado digitalmente no modo criativo do jogo da marca.
A sacada foi ótima, já que - como já comentamos aqui - o universo dos games é considerado a mais lucrativa vertente do segmento de entretimento, deixando para trás o cinema e a música, por exemplo.
A partir da ação, a Balenciaga ofereceu a oportunidade de fãs mais jovens se conectaram ao seu produto, ao criar uma estética na cabeça dos gamers, que começam a olhar para os itens de desejo dentro do jogo com admiração, o que certamente influenciará nas suas compras futuras.
Além disso, a escolha do game também foi acertada. Isso porque o Fortnite é um verdadeiro fenômeno, tendo cerca de 350 milhões de jogadores ativos por mês.
E, cá entre nós, os looks são super descolados, né?
E você, já decidiu qual marca de luxo é a sua favorita dentro dos games?
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Amei! Maravilhosa, como sempre! muito obrigado por uma curadoria tão rica!