A bola já está em campo e vai começar mais uma partida acirrada no mundo dos games. Afinal de contas, podemos considerar os esports como verdadeiros esportes? Nessa jogada delicada, vem comigo conferir como as marcas estão se apropriando dessa rixa para hitar! Press start e vem!
Esportes eletrônicos x esportes tradicionais: o que esperar desse match?
Vamos começar com uma charada. O que é o que é…
😍 Que une uma legião de torcedores em frente às telas?
👕 Que veste milhares de pessoas com a mesma camisa?
❤️ Que faz disparar o coração dos fãs?
Alguém mais fanático prontamente poderia responder: o futebol. Mas outra pessoa poderia olhar para a charada e arriscar outro palpite: League of Legends.
Talvez alguém preferisse resumir essa charada e trazer uma respostas um pouco mais simples: o esporte. E eu, é claro, não deixaria de concordar com nenhuma das alternativas.
Por isso, para começar o papo de hoje, o ponto de partida é entender que, quando falamos de esportes, estamos falando de paixão. E não só isso: os esportes têm uma função social importante. Eles colaboram com a formação do cidadão, já que trazem regras que envolvem valores morais e éticos. Além disso, o esporte desperta o espírito de equipe, a vontade de torcer juntos, o sentimento de querer vencer e de ser sempre melhor.
Não podemos esquecer, também, que uma atividade esportiva profissional envolve muitos pré-requisitos. Estamos falando de preparação física e mental. Alto rendimento. Foco. Determinação. Resiliência. Eu poderia ficar horas, aqui, listando o que é preciso fazer para se tornar um atleta profissional, mas não é esse o ponto. Acredito que já tenha ficado bem claro onde eu quero chegar com toda essa conversa.
Outra charada: os esportes eletrônicos podem ser considerados como esporte?
Há quem ainda diga que não. Mas a relação entre esportes eletrônicos e esportes tradicionais se fortalece a cada dia que passa. Cada vez mais, percebemos que, o que antes era considerado um joguinho, agora pode ser encarado como uma verdadeira competição.
Assim como o futebol, o basquete, a Fórmula 1 e muitos outros, os esports também movem milhões de fãs e inspiram muita paixão. Quem percebeu isso, por exemplo, foi a Confederação Brasileira de Futebol. Em agosto do ano passado, a CBF anunciou uma parceria inédita com a Garena para que o Free Fire - um dos jogos mobile mais baixados no mundo - incorporasse a Amarelinha da seleção brasileira às suas skins. Mas não só isso. Além de levar a Seleção ao ambiente virtual, a marca do Free Fire também passou a ocupar placas de publicidade nos campos de treinamento do time, backdrops de entrevistas e artes de ingressos.
A parceria entre a CBF e o Free Fire é um sinal emblemático de como esses dois universos se cruzam e se complementam. Há alguns anos, quase todo jovem brasileiro crescia dizendo, em algum momento, que tinha o sonho de se tornar um jogador de futebol.
Hoje, essa realidade ainda é a mesma, mas temos outros sonhos fazendo a cabeça da meninada. Tem muita criança por aí que já sonha em ser jogadora profissional de Free Fire e nem cogita o futebol como opção. Nesse game, não existe certo ou errado: estamos falando de duas modalidades que viraram paixão nacional dos brasileiros. A CBF conseguiu perceber isso e trouxe o Free Fire para se unir à Seleção Brasileira de Futebol. Podemos dizer, sem sombra de dúvidas, que foi uma jogada de mestre, né?
Mas não é apenas aí que o mundo dos esportes tradicionais e dos esportes eletrônicos se cruzam.
Em 2019, o Burger King anunciou o patrocínio ao Stevenage, um clube de futebol inglês minúsculo, que quase ninguém conhecia. Acontece que a rede de fast food teve uma sacada interessante e decidiu que era possível tornar esse pequeno clube mundialmente famoso, por meio do… FIFA.
Na ação chamada de Stevanage Challenge, o Burger King convidou os players a realizarem uma série de desafios usando o time, de forma online, para ganhar sanduíches de graça. A rede de fast food incentivou o público a trazer seus jogadores favoritos para jogar pelo Stevenage no FIFA.
Como o BK patrocina o clube fora dos games, qualquer atleta escolhido para jogar com o Stevenage FC aparecia com a camisa oficial, com a logo do Burger King.
O case dessa ação é incrível e vale a pena demais conferir!
Não é mole não, né? Essa ligação entre esports e esportes é gigantesca. Outro exemplo legal envolve dois dos maiores streamers brasileiros da atualidade: Gaules e Casimiro.
No ano passado, Gaules começou a transmitir os jogos da NBA em seu canal na Twitch, a partir de uma parceria que envolvia a liga norte-americana e a cerveja Budweiser. Atualmente, as lives do Gau são consideradas um canal oficial de transmissão e costumam ser listadas nos sites de notícias como opção de onde assistir às partidas da NBA.
Casimiro Miguel, outro gigante do mundo da Twitch tem suas origens, na plataforma, ligadas a conteúdos de futebol e esportes tradicionais. O jornalista esportivo, hoje em dia, fala sobre milhares de outros assuntos que podem nem envolver games e esportes, mas não deixou suas origens de lado.
Em janeiro deste ano, Cazé anunciou a compra dos direitos de transmissão de dezesseis partidas do Campeonato Carioca 2022.
O que Gau e Cazé têm em comum? Os dois perceberam que esportes eletrônicos e esportes tradicionais inspiram paixões do mesmo jeito e que os públicos, muitas vezes, são os mesmos.
Quem não se lembra, também, da revelação do Vôlei, Douglas Souza, que disputou as Olimpíadas no ano passado, virou hit na internet e conquistou o coração de milhares de torcedores brasileiros? Além de fenômeno do Vôlei, Douglas também chamou a atenção da comunidade gamer por ser um jogador assíduo de League of Legends e fazer streams de suas partidas.
Atualmente, ainda existem muitas discussões sobre se os esportes eletrônicos vão se tornar algum dia modalidades olímpicas. Atletas de esports também precisam de preparação física, mental, além de acompanhamento nutricional e médico. Os pro-players vivem uma rotina de verdadeiros atletas - de uma forma diferente das modalidades tradicionais - mas também doam suas vidas pelo alto rendimento. Acontece que, até hoje, nunca chegaram a um consenso sobre isso. A inclusão dos esports na maior disputa de esportes do mundo permanece indefinida e cheia de lacunas.
Os caminhos para essas discussões ainda são árduos e envolvem muitas questões, que vão desde a inclusão de novas modalidades que sejam populares entre os espectadores mais jovens - sendo esse um dos objetivos do Comitê Olímpico Internacional - até o fato de que jogos que envolvem morte de personagens e violência - como CS:GO e League of Legends - não são compatíveis com os “valores olímpicos”.
No meio de toda essa discussão, uma coisa é certa: esportes eletrônicos e esportes tradicionais estão cada vez mais ligados. As marcas que perceberem formas de atuar nesses dois segmentos, de maneira conjunta, não podem perder a oportunidade de fazer esse gol. No mundo dos games e no mundo dos esportes, ganha o jogo quem investe na paixão do público.
Esports ou esportes, tanto faz. No final, o grito na garganta do torcedor é o mesmo.
Esperto é quem já entendeu isso.
🖥️ A KaBuM!, uma das maiores redes de e-commerce de tecnologia e games, tem um novo Head de Gaming! E não é qualquer um: Gaules, um dos maiores streamers da Twitch, foi anunciado nesta semana como novo parceiro da marca. A ideia é que o influenciador atue com a KaBuM! na idealização de iniciativas focadas no público gamer brasileiro. Vale lembrar que movimentos de contratação como esse não são inéditos. Em junho do ano passado, as Casas Bahia anunciaram o astro do Free Fire Nobru como Head Criativo de Games. Desde então, as Casas Bahia têm intensificado sua atuação no universo gamer, com a presença do influenciador chancelando suas estratégias de marca. Bom ficar de olho, né?
🎮 O Brasil é o 15º país no mundo em que mais se joga videogames, de acordo com o último Data Stories lançado pela Kantar IBOPE. De acordo com o relatório - que pode ser acessado neste link - no Brasil, o hábito de jogar é intenso. 42% dos gamers brasileiros jogam todos os dias da semana. Além disso, o brasileiro também curte streamar suas partidas. 27% dos jogadores no Brasil compartilham suas experiências de jogo online por stream, gravação do jogo ou screenshots.
🏦 Na última semana, falamos aqui na Assopra a Fita sobre a última grande movimentação que o Itaú Unibanco fez no universo gamer: o Player’s Bank, um banco pensado sob medida para o público gamer. Nesta semana, o banco lançou o filme da campanha, uma peça emocionante que traz uma mensagem muito legal sobre diversidade nos games. Vale a pena dar o play!
Para não fugir da rixa temática entre esportes x esports, vamos encerrar a newsletter de hoje com um dos exemplos mais legais sobre essa discussão.
O LEC (Campeonato Europeu de League of Legends) lançou no ano passado, em parceria com ERSTE, um dos maiores provedores europeus de serviços financeiros, um comercial que trazia o questionamento: esports também são esportes?
O resultado é um filme marcante, que mostra de forma clara o amor dos gamers pelas competições de jogos eletrônicos. É um vídeo sincero e simples, e que vale muito a pena conferir!
Para mim, o mais legal desse vídeo é o mote: ignorem os inimigos e continuem acreditando e si mesmos, como sempre acreditaram #believeinyourslef.
No final das contas, o amor pelos esports (pelos times, pelas camisas, pelos jogos)… é isso que vence no final!
E você, o que acha sobre essa polêmica? Games podem ser considerados como esportes? Me conta a sua opinião. É só comentar aqui embaixo! ;)